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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
11/02/20 às 14h02 - Atualizado em 18/09/23 às 16h51

COORDENAÇÃO DE SANIDADE APÍCOLA

A Coordenação de Sanidade Apícola do Distrito Federal foi instituído em 2019 e trabalha alinhada ao Programa Nacional de Sanidade apícola – PNSAp, do MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com a Organização Mundial de Saúde Animal – OIE. O objetivo inicial é conhecer a cadeia de produção de mel e produtos correlatos no território. No Distrito Federal a principal produção é do mel de abelhas africanizadas do Gênero Apis, porém é significativa a criação de abelhas Meliponas e Trigonas para diversas finalidades.

 

Sabe-se que o mel produzido em toda região é considerado de altíssima qualidade, sendo em muitos fatores percebido como um dos melhores do país. Tendo em vista esta realidade, é essencial que o serviço de defesa agropecuária atue no controle e combate às principais doenças e pragas que podem comprometer e inviabilizar a produção apícola.

 

Em alguns estados do país houve emergência sanitária apícola com necessidade de medidas de controle efetivas e intensas, como em diversas cidades do Estado de São Paulo, onde foi detectada a presença de Aethina Túmida, o pequeno besouro das colmeias, que ameaçou a produção apícola daquele estado.

 

A Sanidade Apícola está voltada, no momento, para o cadastro dos apicultores no DF a fim de conhecê-los, estimar a produção e entender a dinâmica sanitária das nossas abelhas e espera brevemente realizar inquéritos sanitários para compilar informações representativas da produção local.

 

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA DAS ABELHAS

  1. Doenças erradicadas ou nunca registradas no País, que requerem notificação imediata de caso suspeito ou diagnóstico laboratorial:
  • Infestação das abelhas melíferas pelos ácaros (Não está listada atualmente no Programa de Sanidade Apícola do MAPA).
  • Infestação pelo pequeno escaravelho das colmeias (Aethina túmida) – Já notificada.
  1. 2. Doenças que requerem notificação imediata de qualquer caso suspeito:
  • Loque americana das abelhas melíferas (Cria Pútrida Americana).
  • Loque europeia das abelhas melíferas (Cria Pútrida Européia).
  • DCC – Distúrbio do Colapso das Colônias (CCD – inglês). Pensamento atual do MAPA.
  1. Doenças que requerem notificação mensal de qualquer caso confirmado:
  • Acariose/acarapiose das abelhas melíferas
  • Cria giz (Ascosphaera apis)
  • Varroatose (varroa/varroase).

 

SOBRE AS DOENÇAS

  • Ácaros Tropilaelaps

 

É um ácaro. Nas colônias com um elevado nível de infestação o Tropilaelaps causa danos muito similares ao da Varroa. A morte por este ácaro ocorre tanto na criação, como nas abelhas adultas. Isto leva ao declínio e ao colapso da colônia e pode provocar o desaparecimento das abelhas. As colônias poderão morrer no espaço de um ano.

 

  • PBC – Pequeno Besouros das Colméias – Aethina túmida

 

Os besouros infestam, principalmente, colmeia de abelhas da espécie Apis mellifera, no entanto, também existem relatos de infestação em colmeias de abelhas sem ferrão. Os principais danos à colmeia são causados pelas larvas do besouro que se alimentam das larvas das abelhas e do pólen, além de perfurar as células de mel ao movimentar-se, causando a fermentação do mel e pólen, que se tornam impróprios para consumo humano. Além deste prejuízo, a infestação das colônias de abelhas pode causar a fuga do enxame e o abandono da colmeia. Os besouros adultos também podem sobreviver na natureza alimentando-se de frutas.

 

  • CPA – CRIA PÚTRIDA AMERICANA

 

O agente causador é a bactéria Paenibacillus larvae.  As larvas são infectadas quando comem alimento contaminado.  No Brasil, a doença foi detectada em colmeias no Rio Grande do Sul e a contaminação ocorreu porque os apicultores alimentaram as abelhas com mel e pólen importados, contaminados com a bactéria. Essa doença pode provocar sérios prejuízos, pois seu controle é difícil, já que a bactéria é resistente a antibióticos e pode permanecer no ambiente por muito tempo.

 

  • CRIA PÚTRIDA EUROPEIA (CPE)

 

O agente causador é a bactéria Melissococus pluton. As larvas são infectadas quando comem alimento contaminado.  Pode ocorrer em todo o território nacional, mas geralmente não causa sérios prejuízos.  Os sintomas são Favos com muitas falhas, opérculos perfurados.  A morte ocorre geralmente na fase de larva, antes que os alvéolos sejam operculados.  As larvas doentes ficam em posições anormais, podendo ficar contorcidas, nas paredes dos alvéolos. Mudança de cor das larvas que passam de branco pérola para amarelo até marrom. Pode apresentar cheiro pútrido ou não. Quando as larvas morrem depois da operculação, aparecem opérculos escurecidos, afundados e perfurados.

 

Nota Informativa à respeito da Primeira ocorrência de Cria Pútrida Européia (CPE) em um apiário no DF, com ORIENTAÇÕES e PRINCIPAIS MEDIDAS.

 

  • DCC – DISTÚRBIO DO COLAPSO DAS COLÔNIAS

 

Não é de notificação obrigatória, porém de interesse atual do MAPA. O Distúrbio do Colapso Das Colônias (DCC) se refere ao desaparecimento de populações de abelhas, atualmente ocorrendo em diversos países.  O termo surgiu em 2006 nos Estados Unidos como colony collapse disorder, depois do relato de grande número de casos. Na sua definição clássica, o DCC implica em uma maciça redução da população de operárias de uma colônia, com a preservação da rainha e de um grande estoque de mel. A maioria dessas colônias muito enfraquecidas não se recupera e acaba se extinguindo.  As causas do DCC não são bem conhecidas, provavelmente seja uma combinação de fatores, como estresse, ondas de telefonia móvel, culturas geneticamente modificadas, perda de habitat, doenças e uso de certos agrotóxicos, especialmente inseticidas de uso agrícola e vírus IAPV.  São afetadas tanto as abelhas domesticadas como as selvagens.

 

  • ACARIOSE/ACARAPIOSE DAS ABELHAS MELÍFERAS

 

Agente causador: ácaro endoparasita Acarapis woodi; Ocorrência e danos: assim como a nosemose, a acariose foi mais frequente até as décadas de 70-80, não sendo mais considerada problema nos apiários brasileiros. O ácaro se aloja nas traquéias torácicas, perfurando-as e alimentando-se da hemolinfa (sangue das abelhas). O ataque do ácaro pode diminuir a longevidade das abelhas e, consequentemente, reduzir a população da colmeia, provocando perdas na produção; Sintomas: abelhas rastejando na frente da colmeia e no alvado, com as asas separadas, impossibilitadas de voar.

  • CRIA GIZ

 

O agente causador é o fungo Ascosphaera apis. A incidência dessa doença no Brasil tem sido baixa, havendo relato de poucos casos no Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Existe a possibilidade de ser introduzida por meio da alimentação das colmeias com pólen importado contaminado.  Sintomas: favos com falhas e opérculos geralmente perfurados. A morte ocorre na fase de pré-pupa ou pupa. Não apresenta cheiro pútrido. A cria morta apresenta coloração branca ou cinza escuro e aspecto mumificado (rígida e seca).  Controle – Como medida preventiva, recomenda-se não utilizar pólen importado ou das regiões do Brasil em que a doença foi detectada para alimentação das colmeias.

  • NOSEMOSE

 

O agente causador é o protozoário Nosema apis. No Brasil, ocorreu com certa frequência até a década de 80 e, nos últimos anos, não tem sido detectada. O protozoário afeta principalmente o ventrículo (estômago da abelha), causando problemas na digestão dos alimentos e pode provocar disenteria. A doença diminui a longevidade das abelhas, causando decréscimo na população e, consequentemente, na produtividade das colmeias.

 

  • VARROA DESTRUCTOR

 

Conhecido pelo nome comum de varroa é um ácaro ectoparasita que infesta colônia de abelhas das espécies Apis cerana e Apis mellifera, dizimando as colmeias ao causar a doença chamada varroose ou varroatose. Só pode reproduzir em uma colônia de abelhas. O ácaro adere ao corpo da abelha e enfraquece a abelha sugando a hemolinfa. Neste processo, os vírus de ARN tais como o vírus deformador da asa, dissemina entre as abelhas. Uma significativa infestação do ácaro levará à morte de uma colônia de abelhas, geralmente no final do outono até o começo da primavera. Os adultos sugam o “sangue” (hemolinfa) das abelhas adultas para o sustento, deixando feridas abertas a transmissão de doenças e vírus. As abelhas adultas comprometidas são mais propensas a infecções.

 

Para mais informações:

(61) 3340-3862 / 3051-6421

san.apicola@seagri.df.gov.br

 

LEGISLAÇÃO

IN nº 16, de 08 de maio de 2008:

Institui o Programa Nacional de Sanidade Apícola

 

IN n° 21, de 20 de junho de 2013

Aprova os requisitos zoossanitários para importação de abelhas rainhas e produtos apícolas.

 

Manual de GTA de Abelhas e outros invertebrados – versão 4.0

 

Portaria nº 137, de 05 de junho de 2006

Aprova o Regulamento Técnico do Programa Nacional de Sanidade Apícola – PNSAp.

 

Portaria nº 9, de 18 de fevereiro de 2003

Institui o Comitê Científico Consultivo em Sanidade Apícola – CCCSA

 

Portaria nº 248, de 30 de dezembro de 1998

Estabelece metodologia analítica para a detecção de Bacillus larvae, agente da enfermidade das larvas de abelhas, conhecida como Loque Americana, em mel.

 

Portaria nº 6, de 25 de julho de 1985

Aprova as Normas Higiênico-Sanitárias e Tecnológicas para Mel, Cera de Abelhas e Derivados.

 

Resolução CONAMA n° 346, de 16 de agosto de 2004

Disciplina a proteção e a utilização das abelhas silvestres nativas, bem como a implantação de meliponários.

 

IN nº 169, de 20 de fevereiro de 2008 (IBAMA)

Institui e normatiza as categorias de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro em território brasileiro.